quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Laudos atestaram que Zina, do "Pânico", tem esquizofrenia

O resultado da perícia médica a que deve ser submetido o integrante do "Pânico na TV" Marcos da Silva Heredia, mais conhecido como Zina, pode indicar que o comediante possui transtorno mental grave e confirmar o que já indicavam dois laudos, obtidos pelo UOL Notícias, que o apontaram como portador de esquizofrenia e “incapaz para os atos da vida civil”.

Zina está preso em São Paulo por porte ilegal de arma desde o último dia 16, quando foi flagrado atirando diversas vezes para o alto no bairro Panamericano (zona norte de São Paulo). A pedido do Ministério Público de São Paulo, que ofereceu denúncia contra ele no dia 22, Zina deverá fazer um exame para constatar se possui eventual doença mental.

Histórico médico
Em agosto de 2007, a psiquiatra Darci Fernandes Couto Moreira, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) de Pirituba, zona oeste, e em nome da Secretaria Municipal de Saúde, atestou que Zina, por ser “portador de doença mental grave em tratamento intensivo”, tem direito a não pagar tarifa no transporte coletivo. O laudo foi feito no pedido de isenção feito pelo comediante à SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo em SP).

Em junho de 2009, o psiquiatra Vito Vicente Gapit, da Unidade Básica de Saúde do Jardim Ipanema, atestou que Zina é portador de “doença mental progressiva e irreversível, compatível com os diagnóstico de f20.0”. Segundo o código internacional de doenças, trata-se de esquizofrenia paranóide.

Por ser portador desse quadro, segundo o médico, Zina é “incapaz para os atos do da vida cível”. “Não vejo condições para que possa exercer atividades profissionais”, assinou. O laudo diz ainda que Zina faz uso diário de cinco medicamentos.

A esquizofrenia paranóide é o tipo mais facilmente identificável da doença. Geralmente os pacientes possuem delírios, que podem ser controlados por meio de medicamentos, e podem apresentar comportamento agressivo. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL Notícias, o paciente pode viver uma vida normal se medicado, mas crises não estão descartadas.

Vida em crise
Os laudos são fruto de duas ações iniciadas no Foro Regional da Nossa Senhora do Ó. Em uma delas, o comediante foi processado pelo irmão, que pediu sua interdição. Segundo nota oficial do MP-SP sobre o caso, a doença de Zina é “mencionada por familiares do investigado durante o inquérito policial”.

No processo movido pelo irmão, o laudo da SPTrans não foi aceito na ação como capaz de comprovar a condição de Zina. Por isso, a defesa apresentou o segundo laudo em abril de 2009. O irmão chegou a ser nomeado curador por 360 dias, mas, em 29 de junho, desistiu da ação, e o processo foi extinto em agosto.

Ao mesmo tempo, Zina processava a Rede TV! por uso indevido de sua imagem, de forma pejorativa, pedindo danos morais no valor de R$ 232,5 mil. Na ação, sua defesa afirmou que ele possui transtorno e faz acompanhamento médico, utilizando o primeiro laudo, afirmando que o mesmo foi expedido pela Secretaria Municipal de Saúde. Zina também desistiu desta ação em 29 de junho. Assim, o processo também foi extinto.

O mesmo advogado, Alexandre Magno de Toledo Marinho, representou Zina e seu irmão nos dois processos. O UOL Notícias entrou em contato com seu escritório, mas não obteve retorno até esta publicação. À Folha Online, o advogado afirmou, em outubro de 2009, que a ação foi extinta após seu cliente "se acertar" com a equipe do programa Pânico.

Zina havia sido preso em outubro com um pino de cocaína (cápsula que contém cerca de um grama da droga) na zona norte de SP. Foi solto depois de assinar um termo circunstanciado. Agora, está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) Pinheiros 3, teve um pedido de liberdade negado e agora aguarda manifestação da 6ª Vara Criminal de SP sobre seu caso.

Zina apareceu pela primeira vez no programa em 28 de junho, e virou hit com os bordões "Ronaldo" e "Ronaldo, brilha muito no Corinthians". A assessoria de imprensa da RedeTV! não comenta o teor das ações e informa apenas que fornece “suporte e acompanhamento jurídico” a seu contratado.

(Uol)

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