- Dominó, não tenho. Mas vocês não querem jogar baralho?
Renan Martins Santos, de 20 anos, veio de São Miguel Paulista e deveria ter chegado às 6h na Alameda Barão de Piracicaba, região central de São Paulo. Ele faz o trajeto inteiro todos os dias em 40 minutos, mas, desde quando encontrou com Silva e seu jogo de baralho, conseguiu se deslocar mais ou menos 300 metros em cerca de quatro horas.
O jeito foi improvisar uma "mesa de baralho" no meio da via. Como nem todos da turma que se reuniu para a brincadeira sabiam jogar truco, alguns sugeriram o pif paf. Santos e Silva estavam fazendo novos amigos em meio a uma fila de carros parados. E sem perspectiva do horário em que poderiam chegar cada um a seu destino, explica Santos:
- É a primeira vez que fico tanto tempo parado no trânsito em São Paulo. Já avisei ao chefe no trabalho que estou aqui, porque parece que não vai melhorar tão cedo.
Silva, o dono do baralho, também passou pela situação pela primeira vez. Vindo de Guarulhos, ele teria que chegar ao trabalho às 6h para uma reunião na capital. Mas agora terá de esperar a água baixar. Enquanto isso, aproveita para descontrair. Graças às cartas que tinha no porta-luvas.
- Para quem já está ferrado, um joguinho de baralho no meio do trânsito não atrapalha em nada, não é?
(R7)
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