Na festa, além de muitos jovens, havia famílias e crianças comemorando. A presidente da escola, Angelina Basílio, pediu que as mulheres não desistam, mesmo sofrendo preconceito.
De acordo com cálculos da diretoria da Rosas de Ouro, entre 8 mil e 10 mil pessoas estavam presentes à festa. Para evitar o quebra-quebra ocorrido do ano passado, a quadra, localizada na Freguesia do Ó, só foi aberta após o resultado da apuração. O troféu chegou por volta de 19h, levando todos ao delírio.
Pouco depois, Angelina apareceu e pegou o microfone no palco. “Foi muito sofrido. Até o último quesito”, admitiu. Ela atribuiu à persistência o fato de a agremiação, cujo enredo deste ano foi a história do cacau, ter sido campeã.
“A palavra chave do sucesso foi a perseverança porque a mulher sofre preconceito e tem que mostrar que é boa. Não desistam!”, gritou, para ser novamente aplaudida.
Entre amigos
Muito animada, a professora universitária Fábia Campos, de 48 anos, não parava de cantar o samba da escola. Ela não podia ser mais pé quente para a Rosas de Ouro.
“Sempre torci para a escola, mas este ano estreamos na avenida, desfilamos pela primeira vez. E somos campeões. É demais!”, afirmou. Fábia saiu de Perdizes, na Zona Oeste, e foi para a quadra com o marido e a filha assim que soube do resultado. “Acompanhei pela TV até a última notinha”.
No meio da multidão, a estudante Caroline Felipe Urbano, de 18 anos, festejava o campeonato. E nem se importava em estar com a camisa da Águia de Ouro, escola paulista que ficou em 11º lugar este ano.
“Para mim, nas escolas não pode rolar preconceito. Ainda mais na Rosas, que é como irmã (da Águia). Qualquer uma ganhando, vou curtir do mesmo jeito”, contou a moça, que não parava de sambar.
O clima era de muita festa na quadra, que ficou pequena para tanta gente. Quem conseguiu, “escalou” os pilares e comemorou do alto, agitando camisas e bandeiras. Muitos choravam, se abraçavam e nunca deixavam de cantar o samba, puxado insistentemente pelos intérpretes da agremiação.
Em certo momento, o palco ficou muito lotado e foi pedido que algumas pessoas descessem. Pelo microfone, também recomendaram calma por causa “dos ânimos”. Apesar do recado, até as 19h30, não havia tido registro de confusão.
Globo.com/Carnaval2010
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