A escola escolheu relembrar detalhes da vida e da obra do seu mais ilustre poeta para marcar o ano em que o sambista completaria 100 anos. Noel Rosa foi escolhido, segundo o carnavalesco Alex de Souza, porque o sambista foi e continua sendo uma figura muito importante para o bairro.
A homenagem ao poeta foi realizada em oito carros alegóricos e 31 alas, com um total de aproximadamente 3,5 mil componentes. Julinho e Ruth Alves formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, responsável por abrir caminho para o desfile da escola do presidente Wilson Alves.
A comissão de frente encantou ao mostrar um grupo de passistas que representava amigos de Noel. Carregando um violão, eles transformaram o instrumento em mesa de bar, mulata e mostraram um efeito especial: os instrumentos deixados apoiados no chão "deslizavam" em direção aos foliões.
Entre as alegorias, destaque para o terceiro carro: "O Morro Tem Vez". Ele é uma representação da integração do poeta com os compositores da sua comunidade. O cenário foi composto para apresentar instrumentos. No meio do desfile, a alegoria apresentava movimento e se abria para mostrar uma típica favela carioca.
A divisão dos setores no desfile segue a vida de Noel, em ordem cronológica. Na abertura, uma referência a seu nascimento. Logo depois, sua participação no Bando dos Tangarás, grupo do qual fez parte aos 19 anos. A seguir, sua descoberta como sambista – a influência e o contato com os sambistas de morro, a boemia, o carnaval na Vila, o teatro de revista, o rádio, o cinema. Ou seja, em duas etapas, o nascimento e a obra do compositor.
No encerramento, a escola não mostra o falecido Noel, mas a figura que ainda "vive" na memória do bairro e do povo. Depois de viver Noel Rosa no cinema, o ator Rafael Raposo vai encarnar o músico na Marquês de Sapucaí. Ele foi destaque do último carro da Vila Isabel, próxima escola a desfilar. “Aqui é um palco, onde é preciso expressar mais emoção, ser mais expansivo”.
Além de Noel, a letra de Martinho da Vila cita grandes nomes do samba – Cartola, Araci de Almeida e os Tangarás, Lamartine Babo e Ismael Silva. “Foi um grande chororô/Quando o gênio descansou/Todo samba lamentou”, canta Martinho.
Gracyanne Barbosa se apresentou como rainha de bateria da Vila Isabel.
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