sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Assassinato de Dorothy Stang completa 5 anos sem que todos os envolvidos tenham sido julgados

A morte da missionária americana Dorothy Stang completa cinco anos nesta sexta-feira (12) e um dos supostos mandantes do crime, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão, ainda não foi julgado. Após a conclusão do processo, Regivaldo foi apontado como um dos mandantes do crime, mas conseguiu no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, o direito de aguardar em liberdade a data do julgamento.

Dorothy começou seu trabalho no Brasil em 1996

Dorothy foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005 com sete tiros em uma estrada de terra próxima ao município de Anapu, no Pará. Ela tinha 73 anos e trabalhava na região com pequenos agricultores que lutam pelo direito à terra e contra a exploração dos grandes fazendeiros da região. A morte da missionária teria sido encomendada porque o trabalho dela contrariava esses interesses.

O caso teve cinco envolvidos: Rayfran Sales, o Fogoió, autor dos disparos; Amair Feijoli da Cunha, intermediário; Clodoaldo Batista, que acompanhou Rayfran no crime; e os dois fazendeiros apontados como mandantes, Taradão e Vitalmiro Moura, o Bida. Todos negam participação no crime, mas quatro deles foram julgados e condenados.

Bida recebeu pena de 30 anos de prisão em um primeiro julgamento, em 2007, mas acabou inocentado no segundo júri, que foi realizado em maio de 2008. A Justiça paraense, entretanto, anulou a absolvição do fazendeiro e, em 2009, decretou nova prisão. Em abril do ano passado, ele conseguiu uma liminar que o mantinha em liberdade, mas, no último dia 4, a medida foi revogada. Dois dias depois, Bida se entregou à Polícia Civil do Pará e permanece preso.

Feijoli e Clodoaldo Batista também estão na cadeia e cumprem pena de 18 e 17 anos de reclusão, respectivamente. Fogoió foi condenado a 27 anos de prisão em dezembro de 2005, passou por mais um julgamento e iria passar por júri popular em dezembro de 2009, mas teve o julgamento cancelado.

Irmã Dorothy iniciou seu ministério no Brasil em 1966 no Estado do Maranhão. Ela atuava na Amazônia desde a década de setenta com trabalhadores rurais da região do Xingu. A missionária lutava pela geração de emprego e de renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas e também queria a diminuição dos conflitos fundiários na região. Antes de morrer, ela foi ameaçada diversas vezes.

- R7

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