Na maioria dos casos as pessoas já tinham histórico de problemas cardíacos e respiratórios e chegaram ao serviço médico apresentando sinais de desidratação. Todos os idosos tinham entre 60 anos e 90 anos.
A Prefeitura de Santos alerta que a população – em especial os idosos – deve redobrar os cuidados com a hidratação e alimentação no período de altas temperaturas. O que agrava a situação, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é o fato de não chover na cidade há alguns dias.
O coordenador da saúde do idoso da Secretaria Municipal de Santos, Luiz Fernando Gomes da Silva, afirmou não ser possível confirmar que as 32 mortes registradas no período de 48 horas é um recorde na história de Santos. Como comparativo ele afirma que durante todo o mês de fevereiro de 2009 24 idosos morreram por situação semelhante.
Isoladamente o sol, a umidade relativa do ar e o clima seco não matam. O que ocorre é que o calor forte provoca uma deficiência no organismo já debilitado de pessoas com histórico de doenças tais como hipertensão, diabetes e cardiopatias. A soma de calor forte e doenças já existentes levam a situações mais agravantes e instabilidade no organismo devido ao mau funcionamento das células e órgãos vitais como rins, levando algumas vezes a morte.
Silva dá algumas dicas para evitar a desidratação. A mais óbvia e que as pessoas menos prestam atenção é justamente em relação a tomar água. É recomendável tomar pelo menos dez copos de água por dia.
Outra dica é fugir dos piores horários do sol e evitar ambientes quentes e abafados. Usar roupas leves e preferir consumir alimentos tais como frutas, verduras e fugir das gorduras são outras dicas que podem ajudar a fugir dos males provocados pela desidratação.
O coordenador explica que a cidade de Santos tem uma particularidade. A média da população de idosos é de 18,6%, muito acima dos 10% da média mundial.
- Muitos idosos do interior ou da capital [São Paulo] querem descansar e encontram em Santos um lugar plano, com praias e boas condições de infraestrutura.
Boom imobiliário – Além da época do ano, o que tem agravado a situação de clima na cidade de Santos é a expansão do mercado imobiliário.
Investimentos da Petrobras e a ampliação do porto transformaram Santos, a cidade dos “prédios tortos”, em umparaíso dos arranha-céus. O município litorâneo, situado a 72 km de São Paulo, tem hoje cerca de 50 prédios com dez andares ou mais em construção. Outros tantos projetos - mais de 20 - aguardam aprovação.
Em entrevista ao R7 em novembro de 2009, antes do início do verão, a arquiteta e urbanista Débora Blanco Bastos, diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), acredita que o principal problema trazido pelo crescimento indiscriminado de imóveis não é o trânsito, mas a mudança no clima. Para ela, ainda existe espaço para mais carros em Santos, porém, a construção de muitos prédios - que passam a formar um "paredão" - dificulta a circulação de ar, o que leva ao aquecimento imediato da temperatura na região.
- R7
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