Desde a última sexta-feira (5), ao menos oito pessoas morreram afogadas quando nadavam em represas, barragens e locais proibidos em São Paulo, segundo um levantamento feito pela Agência Record junto aos bombeiros da capital e de cidades da região metropolitana.
Em dias de calor, é comum que as pessoas vão se refrescar em Guarapiranga
Dessas mortes, seis aconteceram na capital paulista, uma em Itapevi e outra em Mairiporã, cidades da Grande São Paulo.
Na periferia da cidade, muitos jovens invadem terrenos de empresas de extração de areia e pedreiras, que usam lagoas artificiais para o processo de decantação. A prática, apesar de perigosa, é muito comum especialmente nesta época do ano por causa do forte calor. Segundo o tenente Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros de São Paulo, esses são os locais mais perigosos para nadar.
- Essas represas de areia têm uma grande declividade. Em um passo, o garoto pode estar submerso de uma hora para outra. Além disso, partes do corpo podem ficar presas na areia destes locais, que é muita fina. Águas internas, como rios e represas, são mais seguras do que locais feitos por causa de obras.
Foram em lugares assim em que dois jovens morreram nos últimos cinco dias. Na sexta-feira (5), cerca de dez garotos invadiram o terreno de uma pedreira em Perus, na zona oeste de São Paulo, para nadar em uma lagoa. Um deles desapareceu na água e foi encontrado morto pelos bombeiros.
No sábado (6), um adolescente de 14 anos morreu afogado em Itapevi, na Grande São Paulo, quando nadava com amigos em uma lagoa dentro de uma fábrica de cimento desativada, no bairro de Santa Rita.
O tenente Palumbo alerta também para o perigo de tentar salvar uma pessoa que está se afogando. Segundo ele, é comum que, ao tentar ajudar um colega, outro acabe submergindo junto na água.
- Quem não tem experiência deve procurar um objeto para dar para a pessoa que se afoga segurar e puxá-la, porque senão, ela te agarra.
Represas
Em dias de muito calor, é comum que as pessoas se refresquem também em represas como as da Cantareira, Billings e Guarapiranga. Esses locais têm equipes do Corpo de Bombeiros para garantir a segurança dos banhistas, mas ainda assim, todo o cuidado na água é pouco.
A maior parte dos afogamentos nas represas acontece porque as pessoas estão alcoolizadas, afirma o tenente Palumbo.
- Álcool e represa não se misturam. As pessoas devem ter muita moderação ao lidar com a água. Nós temos equipes de plantão, mas não dá para fazer a cobertura da represa inteira e existem áreas onde é proibido nadar.
Um jovem de 19 anos e um homem de 28 morreram afogados na represa Billings, na zona sul de São Paulo, no último domingo (7). No mesmo dia, um adolescente de 15 anos morreu pelo mesmo motivo na represa do Guarapiranga, também na zona sul da capital.
Um rapaz de 23 anos se afogou na tarde de domingo quando nadava na piscina do Centro de Esporte, Cultura e Lazer, no Jabaquara, zona sul de São Paulo. Os bombeiros tentaram ressuscitá-lo por 35 minutos, mas ele não sobreviveu.
Em Mairiporã, na região metropolitana, um homem de aproximadamente 30 anos morreu quando nadava na barragem Sete Quedas. O local tem várias placas que indicam que é proibido nadar, pois há forte correnteza. Mesmo assim, em dias de calor, é comum que as pessoas se arriscarem para se refrescar.
Um adolescente de 15 anos morreu em uma obra de manutenção do oleoduto Obati, que liga os terminais de Barueri e São Caetano do Sul, no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo. Ele e os amigos brincavam num buraco que ficou cheio de água por causa das chuvas, formando uma piscina. Segundo a empresa responsável pela obra, a cerca que isolava o local e as placas de sinalização foram danificadas pela chuva.
- R7
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