sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vai-Vai fecha 1º dia de desfiles com enredo sobre escola e copas do mundo


Última escola a se apresentar no primeiro dia de desfiles, a Vai-Vai teve de driblar contratempos para manter o ritmo e empolgar o público que via o dia amanhecer no Anhembi neste sábado (13).


A vice-campeã de 2009 levou à avenida o enredo "80 anos de arte e euforia. É bom no samba, é bom no couro. Salve o duplo jubileu de carvalho", que fala sobre os últimos 80 anos de história, misturando copas do mundo e a fundação da escola.


A comissão de frente apresentou uma coreografia elaborada. Os 15 componentes, entre eles nove bailarinos que chegaram a dar pulos, rodopiando no ar, contaram a história de uma rainha que dá luz ao sol. Com ele, nasce também o samba. No enredo da escola, a partir disso nascem três matriarcas do samba.




Para contar o enredo, cinco carros alegóricos e 28 alas fizeram alusão a alguns dos principais fatos da história: 2ª Guerra Mundial, Guerra Fria, ditaduras militares pela América do Sul, a Queda do Muro de Berlim. Para contar a história das Copas, os países sedes, os campeões e os estádios.


Logo no início do desfile, o carro abre-alas da escola desengatou, o que provocou o atraso da entrada no Anhembi. Integrantes da escola correram para tentar consertar o dano, mas parte da Vai-Vai já estava 30 metros à frente. Mais de 40 pessoas se revezavam para empurrar a alegoria, dividida em três blocos. No trajeto, integrantes do apoio tentavam ditar o ritmo, mas o carro ora era empurrado rápido demais, ora de forma lenta.


Um dos adereços dos destaques caiu do carro, e um segurança teve de jogá-lo para o alto. O componente conseguiu segurar a peça e a recompôs. O carro retratava o império africano com “80 anos de glórias”. Em outro momento do desfile, uma passista desmaiou e foi atendida. Outra passista que era destaque em um carro alegórico passou mal no alto do carro e teve de ser socorrida por bombeiros.




O andamento do desfile, no entanto, não parece ter sido prejudicado pelos incidentes. O abre-alas continha 80 coroas que representavam os 80 anos da escola e da realização da primeira Copa do Mundo. Treze taças simbolizaram o número de títulos conquistados pela escola. Na segunda parte, uma escultura de Ogum em aço inox, impressionou pelo tamanho: 12 metros de altura. A terceira e última parte do abre-alas homenageou o território da África do Sul, onde será realizada a Copa do Mundo esse ano.

Alas homenagearam o Uruguai, primeira seleção a vencer uma Copa do Mundo, a Itália, que sediou o mundial de 1934, e a França, onde nasceu Jules Rimet, o criador do campeonato.


O segundo carro lembrou que a Segunda Guerra Mundial interrompeu uma copa e mostrou como, em 1950, o Brasil entrou no “circuito das Copas” ao sediar a disputa no país. As esculturas das arquibancadas do Maracanã ficaram encarregadas de lembrar a derrota no mesmo ano.


Outros carros retrataram a Guerra Fria, ditaduras e a globalização no futebol. O último carro da escola reuniu a velha guarda do futebol, com grandes atletas de diversas gerações.


Craques do passado e da atualidade como Pelé, Garrincha e Ronaldo foram homenageados pela escola. Episódios não tão gloriosos como o roubo da taça Jules Rimet, também foram destaque no desfile.


A Vai-Vai entrou no Anhembi com 4 mil componentes. A bateria, com 300 componentes, foi comandada por mestre Tadeu, na escola há 37 anos ininterruptos. Camila Silva é a rainha da bateria e Pingo e Paula formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.


Entre as participações estreladas estavam a apresentadora Amanda Françozo, madrinha de bateria, e o craque Cafu, que desfilou pela primeira vez pela agremiação.



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